Assessoria de Comunicação em 19/07/2016

Recentemente o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM) adquiriu, com recursos provenientes do Sistema Nacional de Laboratório em Nanotecnologia (Sisnano) do MCTIC, o primeiro Microscópio Eletrônico de Transmissão (MET) do Brasil que conta com dupla correção de aberração, o Titan Themis Cubed (FEI Company). Este microscópio é um dos mais avançados instrumentos para a caracterização estrutural e espectroscópica local de materiais que existem no mundo. As características de destaque deste microscópio são os seus modos de operação, assim como as resoluções espaciais e em energia que podem ser atingidas. Ele pode ser operado tanto em modo de feixe paralelo e em modo de feixe convergente em varredura (STEM), em baixa voltagem (80 kV), assim como em alta voltagem (300 kV). Conta com um monocromador no seu gerador de feixe de elétrons, garantindo uma resolução em energia da ordem de 100 meV, muito menor do que a dos demais microscópios eletrônicos do LNNano. Isto possibilita análises de baixa perda de energia de elétrons na área de plasmônica. O sistema de iluminação conta com um conjunto especial de lentes, que corrigem as aberrações presentes na sonda de elétrons, quando operado em modo STEM. O sistema de formação de imagens também conta com outro conjunto de lentes corretoras de aberrações, o segundo no microscópio, permitindo corrigir as imperfeições intrínsecas das lentes, que degradam as informações do feixe de elétrons, logo após a sua interação com a amostra, podendo-se atingir resoluções de subangstrons.

O sistema de aquisição de imagens permite registrar, ao mesmo tempo, diferentes tipos de imagens, cada uma com informações atômicas diferentes e complementares da amostra. Por exemplo, poderão ser obtidas imagens, em modo varredura, de elementos leves, assim como imagens de campos elétricos e magnéticos com resolução nanométrica. Isto ajudará aos pesquisadores a modelar de forma mais precisa os materiais achados in natura, assim como os que vêm sendo criados nas últimas décadas.

Visão lateral, local do porta-amostra

As análises são reprodutíveis graças ao condicionamento da sala do microscópio, assim como do espaço mais próximo dele. O microscópio encontra-se dentro de uma caixa fechada, isolando-o também de possíveis turbulências de ar (e som) dentro da sala. A operação do microscópio se faz de forma remota, numa sala contígua, minimizando mais ainda as vibrações mecânicas causadas pela presença de pessoas dentro da sala.

Acompanhe o calendário de submissão de projetos de pesquisa na página: Proposal Schedule

As revistas de mais alto impacto ao redor do mundo têm publicado com regularidade análises usando microscópios eletrônicos corrigidos. O uso complementar das ferramentas operacionais automáticas com as técnicas de análises estruturais e espectroscópicas (por Dispersão em Energia de Raios-X, EDS) do Titan, abre um novo horizonte para os usuários do LME (Laboratório de Microscopia Eletrônica) do LNNano. Assim como os demais instrumentos do LNNano, o novo microscópio operará como instalação aberta, disponibilizando o estado da arte em MET às comunidades acadêmicas e industriais do país, com resoluções espaciais e em energia da ordem de picometros e poucas centenas de mili elétron-volts, respectivamente.

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