O pós-doutorando do CTBE Bernardo Borges ao lado de seu pôster no congresso de bioeconomia ECO-BIO 2018, na Irlanda

O agrônomo e pós-doutorando Bernardo Borges, do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), pertencente ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), recebeu o prêmio de melhor apresentação de pôster no congresso ECO-BIO 2018, sobre bioeconomia. O evento, organizado pela Editora Elsevier em parceria com a Fundação BE-Basic, em Dublin, na Irlanda, entre 4 e 7 de março, reúne representantes da academia e da indústria para destacar os progressos, desenvolvimentos recentes e as etapas necessárias para tornar a bioeconomia uma realidade.

Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) dentro do processo 16/13813-8, a pesquisa foi desenvolvida em conjunto com o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), um dos quatro Laboratórios Nacionais do CNPEM. Com dupla supervisão, do engenheiro agrícola, Dr. Henrique Coutinho Junqueira Franco, e Dr. Mathias Strauss, pesquisador do LNNano, o estudo apresentado tem como objetivo recuperar solos degradados por meio de fertilizantes produzidos a partir de resíduos orgânicos da indústria agropecuária.

Desenvolvido a partir de matéria orgânica e enriquecido com nutrientes minerais, fósforo e potássio, o adubo aumenta a eficiência de uso dos nutrientes, proporciona a lenta liberação dos nutrientes no solo ao longo do ciclo de vida da cultura, minimiza as perdas de nutrientes no ecossistema agrícola, diminuindo, consequentemente, os impactos ambientais da fertilização das culturas. Também é uma alternativa de uso aos resíduos industriais, principalmente a lignina, resíduo da produção do etanol de segunda geração e objeto de trabalho do vencedor de melhor pôster no congresso.

Segundo Borges, o fertilizante teve como base o biochar, substância produzida após a pirólise da biomassa da cana-de-açúcar, processo em que a matéria orgânica é decomposta após ser submetida a condições de altas temperaturas e ambiente desprovido de oxigênio. “O próximo passo, agora, é comprovar a hipótese de que esse adubo pode aumentar o teor de carbono e, consequentemente, as propriedades químicas e físicas das de áreas de cultivo”, pontuou.

O produto apresentado na Irlanda é dotado de características que contribuem para o aumento da produtividade agrícola, bem como a redução dos impactos ambientais, por tratar-se de um fertilizante biodegradável, sustentável e com baixo risco ao ambiente. A intenção é que o fertilizante organomineral, produzido no estudo do pós-doutorando do CTBE, se mantenha estável no solo por cerca de 100 anos, elevando gradativamente a quantidade de carbono disponível para o cultivo de diversas culturas.

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