Inscrições podem ser feitas gratuitamente a partir de 1º de agosto no site da Ilum; serão oferecidas 40 vagas, metade para alunos da rede pública
A Ilum Escola de Ciência abre na próxima segunda-feira, dia 1º de agosto, o período de inscrições para o processo seletivo do curso superior de Ciência e Tecnologia. Essa será a segunda turma do bacharelado, lançado no ano passado pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). As aulas para a primeira turma tiveram início em março último.
Com duração de três anos, em período integral, o curso é gratuito, tem a nota máxima do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e coloca em prática propostas e metodologias pedagógicas inovadoras para a formação de cientistas e pesquisadores conectados com a realidade da pesquisa científica atual e com os desafios do futuro. Sem fins lucrativos, a escola conta com financiamento do Ministério da Educação (MEC).
“O que nós buscamos é preparar jovens cientistas experientes, sabendo atacar e resolver problemas, particularmente problemas interdisciplinares. Hoje, as grandes questões da ciência envolvem diversas áreas e o profissional que vai se destacar é aquele que tiver essa visão da ciência como um todo para buscar soluções”, afirma o físico Adalberto Fazzio, diretor da Ilum.
Processo seletivo
Serão oferecidas 40 vagas e metade será destinada a estudantes que cursaram o Ensino Médio em escolas públicas. Todos os alunos aprovados terão moradia, alimentação e transporte gratuitos. A escola oferece ainda curso de inglês e um laptop para cada estudante para uso pessoal durante todo o período em que estiverem na Ilum, com todos os softwares necessários para as atividades acadêmicas instalados.
Os candidatos podem se inscrever, gratuitamente e online, acessando o formulário que ficará disponível no site da Ilum (https://ilum.cnpem.br/) de 1º de agosto até 16 de dezembro. Assim como a metodologia, infraestrutura e corpo docente, o processo seletivo da llum também é inovador. Os candidatos não fazem as tradicionais provas de vestibular, mas são avaliados a partir de um conjunto de critérios.
No ato da inscrição, o aluno, além de informar seus dados, deve escrever uma manifestação de interesse, um texto contando por que quer estudar ciências e cursar a Ilum. O passo seguinte é informar a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os candidatos que estudaram na rede pública classificados entre os dez primeiros colocados em olimpíadas de Física, Matemática, Química e Biologia terão ainda um bônus de 300 pontos, bastando apresentar os comprovantes de medalhas nesta etapa.
A partir desses três itens, serão pré-selecionados 200 candidatos para a última fase da seleção: a entrevista individual. As entrevistas serão realizadas de forma remota (online) e avaliarão conhecimentos, competências, habilidades e a disponibilidade do aluno para cumprir o período integral do curso. Serão aprovados aqueles que obtiverem a melhor pontuação considerando todas as fases. A lista será divulgada no final do mês de fevereiro e as aulas estão previstas para começar em março.
No ano passado, 943 estudantes se inscreveram no processo seletivo, 72,6% deles de escolas públicas. A concorrência foi de 24 candidatos por vaga. Entre os alunos da primeira turma da Ilum, há estudantes vindos das cinco regiões do País, quase metade deles do gênero feminino.
“Ficamos muito felizes de termos alunos de todo o Brasil na nossa primeira turma. Esse era um objetivo quando lançamos a Ilum. Temos estudantes muito talentosos em todas as regiões, com vocação para as ciências. É esse o perfil de alunos que queremos, que tenham a curiosidade de entender os mecanismos de tudo, que se interessem por matemática, biologia, física, química, pelos vários campos da ciência”, afirma Fazzio.
A grade curricular da Ilum segue essa proposta, com a integração de quatro grandes áreas do conhecimento: linguagens matemáticas, ciências da vida, ciências da matéria e humanidades. “Nosso curso tem forte ênfase em matemática e ciências da computação, que são fundamentais hoje para pesquisadores de qualquer área, e os conteúdos são apresentados de forma interdisciplinar, com uma área se conectando com as outras. Também temos as disciplinas de humanidades e empreendedorismo. Queremos que nossos alunos saiam da Ilum, após os três anos do curso, cientistas completos e também com uma formação humanística, éticos, engajados com os problemas da sociedade”, diz o diretor.
Foco no aluno
Inovadora, a metodologia de ensino da Ilum estimula nos alunos a autonomia na busca pelo conhecimento, com ênfase em projetos. “Nós adotamos o ensino ativo. O aluno é o foco. Não queremos um aluno que aprenda mecanicamente, por obrigação. Para querer aprender, para gostar de aprender e entender verdadeiramente e de forma sólida os conceitos, é preciso que aquilo faça sentido, tenha um significado. Aqui na Ilum, nós não temos disciplinas, nós resolvemos problemas. Criamos um ambiente para que os estudantes possam desenvolver ideias próprias, em que todos aprendem e todos ensinam”, afirma Nelson Studart, coordenador acadêmico.
A configuração das salas de aula, organizadas em mesas e cadeiras para grupos de alunos, incentiva a troca de conhecimento e o trabalho em equipe. Todo o material que será estudado no dia é disponibilizado antecipadamente em uma plataforma online, assim, as aulas não são meramente expositivas, mas participativas. O aluno é o protagonista, com a orientação do professor. “Geralmente, é comum o aluno que pergunta: para que vou usar isso na minha vida? Quero esse tipo de pergunta”, diz Vinícius Francisco Wasques, professor de matemática da Ilum.
As salas também são equipadas com recursos tecnológicos educacionais e lousas móveis, usadas para a interação entre professores e alunos, e entre os próprios estudantes, dentro da proposta de aprendizado por pares.
Prática desde o início
Na Ilum, conhecimento teórico e experimentação andam juntos. Os estudantes vivenciam a ciência e a pesquisa desde o início do curso, com aulas práticas nos laboratórios didáticos avançados da escola e, um dos maiores diferenciais da Ilum, imersões nos ambientes científicos do CNPEM, a maior infraestrutura de pesquisa do País, onde está instalado o acelerador de partículas Sirius, única fonte de luz síncrotron de quarta geração das Américas e Hemisfério Sul.
No Centro Nacional, os alunos participam de palestras, visitam os laboratórios, têm contato com centenas de pesquisadores e acompanham o desenvolvimento de pesquisas de fronteira, No início do curso, essas imersões acontecem uma vez por semana. A frequência aumenta gradativamente ao longo do curso e, ao final, os estudantes estarão totalmente imersos no campus e poderão desenvolver seus projetos usando equipamentos de ponta.
“O CNPEM, com seus quatro laboratórios nacionais, é naturalmente um centro multidisciplinar. Essa é uma característica importante do centro: atuar em uma série de programas que são estratégicos para o País e para o mundo. A Ilum busca a formação dos futuros cientistas que estejam preparados para abordar esses problemas e questões do futuro também com uma visão integrada. E essa é uma dificuldade hoje, ter as diferentes áreas trabalhando juntas, aprenderem a conversar e quebrar barreiras para interações mais frutíferas”, afirma Antonio José Roque, diretor geral do CNPEM
Quando formados, os alunos da Ilum recebem o título de bacharel em Ciência e Tecnologia, podendo atuar em diversos campos, como cientistas, pesquisadores em universidades, empresas públicas ou privadas, como docentes, especialistas em ciência de dados e machine learning, seguirem diretamente para um doutorado, ou ainda empreenderem, criando startups, por exemplo.
Serviço
Ilum Escola de Ciência
Processo Seletivo para 2023
Curso: Bacharelado em Ciência e Tecnologia, gratuito
Inscrições: de 01/08/2022 a 16/12/2022, gratuitamente, pela internet, no endereço https://ilum.cnpem.br/.
Duração: 3 anos, em período integral
Onde fica
Rua Lauro Vannucci, 1.020, Parque Santa Cândida, Campinas-SP
Infraestrutura
Ocupa uma área de 2,1 mil metros quadrados no antigo galpão onde nasceu o CNPEM e foi construído o primeiro acelerador de partículas do Hemisfério Sul, o UVX, no final dos anos 1980. O prédio foi todo reformado e adaptado para abrigar a escola. As salas de aula são equipadas com recursos audiovisuais e multimídia. A escola tem quatro laboratórios: úmido (para práticas de química), seco (física e computação), de equipamentos especiais (com microscópios de força atômica, microscópios de tunelamento e espectrômetro Raman) e biomicroscopia (biologia). A infraestrutura conta ainda com estúdio para gravação e edição de vídeos, sala de estudos, biblioteca e área de convivência.
Sobre a Ilum Escola de Ciência
Com proposta inovadora para a formação de futuros cientistas, a Ilum Escola de Ciência é uma iniciativa do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Organização Social sob supervisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Sem fins lucrativos e gratuita para os alunos, conta com financiamento do Ministério da Educação (MEC) e foi inaugurada em 2021, com início da primeira turma em 2022. A Ilum oferece o curso superior em Ciência, Tecnologia e Inovação, nível bacharelado, com três anos de duração, em período integral. Nota máxima pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o curso proporciona uma sólida base científica, de forma multidisciplinar e interdisciplinar. A grade curricular abrange disciplinas nas áreas de ciências da vida, ciências da matéria, linguagens matemáticas e humanidades, para uma formação integral de seus alunos, baseada na ética e na cooperação na busca por respostas e soluções às questões globais do mundo moderno.
Sobre o CNPEM
Ambiente sofisticado e efervescente de pesquisa e desenvolvimento, único no Brasil e presente em poucos centros científicos do mundo, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é uma organização privada sem fins lucrativos, sob a supervisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O Centro opera quatro Laboratórios Nacionais e é o berço do projeto mais complexo da ciência brasileira – Sirius – uma das fontes de luz síncrotron mais avançadas do mundo. O CNPEM reúne equipes multitemáticas altamente especializadas, infraestruturas laboratoriais globalmente competitivas e abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores em parceria com o setor produtivo e formação de investigadores e estudantes. O Centro é um ambiente impulsionado pela pesquisa de soluções com impacto nas áreas de Saúde, Energia e Materiais Renováveis, Agroambiental, Tecnologias Quânticas. A partir de 2022, com o apoio do Ministério da Educação (MEC), o CNPEM expandiu suas atividades com a abertura da Ilum Escola de Ciência. O curso superior interdisciplinar em Ciência, Tecnologia e Inovação adota propostas inovadoras com o objetivo de oferecer formação de excelência, gratuita, em período integral e com imersão no ambiente de pesquisa do CNPEM.
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Adriana Villar
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