Assessoria de Comunicação em 06/08/2014

Integrantes do LMF/LNNano expuseram dispositivos fabricados no laboratório

Mais de 100 pessoas participaram da quarta edição do Workshop em Microfluídica, realizado pelo Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), em Campinas, nos dias 24 e 25 de julho. Com dois dias de duração, a programação contou com palestras de convidados e apresentações de estudantes em diversos campos de pesquisa envolvendo a microfluídica. Os melhores trabalhos apresentados por estudantes foram premiados ao final do evento.

A Microfluídica pode ser definida como a ciência dos sistemas nos quais o comportamento dos fluidos difere da teoria tradicional (domínio macroscópico), devido às pequenas dimensões destes sistemas. O movimento dos fluidos pode ser explorado para uma variedade de aplicações científicas e tecnologias e, por esse motivo, essa área tem caráter multidisciplinar, contribuindo para a Química, Biologia, Medicina, Engenharia de Processos, Transportes, Microeletrônica, entre outras.

“Produzir esses dispositivos em escala comercial é o grande desafio”, destaca Angelo Gobbi, pesquisador do Laboratório de Microfabricação (LMF/LNNano) e organizador do Workshop. Segundo ele, pesquisadores nessa área têm que ter em mente a importância de escalonar não só seus resultados, mas também todo o processo utilizado na produção do efeito desejado. Dessa forma, é possível dar mais confiabilidade ao mercado. Gobbi também lista algumas vantagens da área: “além da miniaturização de sistemas, a microfluídica possibilita uma economia de reagentes, redução de resíduos, portabilidade e mais eficiência nos processos”, afirma.

Veja galeria de fotos do evento

Os estágios pioneiros da microfluídica remontam à década de 1980, com o desenvolvimento de microssensores, microbombas e microválvulas para diversas funções. Os materiais utilizados para a produção desses sistemas eram principalmente a base de vidro, quartzo e silício. Com o passar dos anos, tornou-se comum a utilização de materiais mais baratos, como polímeros elastoméricos (PDMS), e descartáveis, como papel e filmes de transparência. Com isso, as aplicações puderam se expandir para novas áreas do conhecimento.

Hoje, existem projetos envolvendo diagnóstico precoce de doenças, caracterização de DNA, medicina customizada para o paciente, reatores químicos em microescala, análise da qualidade de água e alimentos, dentre muitos outros. No Brasil, a Microfluídica começou a ser desenvolvida nos anos 2000 e, atualmente, grupos são dedicados integralmente a esta linha de pesquisa. Nesse evento, é possível observar anualmente a evolução dessas aplicações e conhecer exemplos concretos de desenvolvimentos.

 

 

Melhores trabalhos de estudantes foram premiados pela Royal Society of Chemistry (RSC)

Um dos principais focos do encontro é permitir que os estudantes de graduação e de pós-graduação apresentem seus resultados de pesquisa desenvolvidos na área, além de terem contato direto com pesquisadores renomados e profissionais de grandes empresas que trabalham com microfuídica. Nesta edição, foram realizadas duas sessões para apresentação de pôsteres e alguns trabalhos de estudantes foram selecionados para compor a programação de seminários do workshop.

Os dois melhores trabalhos nas categorias: química analítica e contribuição em microfluídica receberam prêmios de reconhecimento, oferecidos pela Royal Society of Chemistry (RSC). O estudante Paulo de Tarso Garcia, da Universidade Federal de Goiás, foi o escolhido para o prêmio Analytical Methods; a estudante Débora Freitas do Nascimento, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, por sua vez, foi agraciada com o Prêmio LOC, de melhor contribuição em microfluídica.

O IV Workshop em Microfluídica 2014 contou ao todo com sete palestrantes convidados, 10 seminários de estudantes e uma sessão com apresentações de trabalhos científicos na forma de painel. A edição 2014 do Workshop teve ainda presença de empresas de destaque nacional e internacional como a Petrobrás, a LabSolutions, a MicruX, a Microfluidic ChipShop e a IBM.

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