Prosper em 23/11/2017

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A nanotecnologia foi o caminho usado por cientistas do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) para desenvolver um antibiótico capaz de eliminar superbactérias de forma seletiva, ou seja, sem comprometer as células humanas. Em testes preliminares, o nanoantibiótico demonstrou eficiência ao enfrentar formas resistentes da bactéria Escherichia coli, levando uma grande dose do princípio ativo ao alvo, ou seja, à superbactéria, preservando as células sadias. Era esse um dos gargalos no desenvolvimento de nanopartículas aplicadas à saúde. Não é mais.

“Nanomateriais têm sido utilizados como agentes antimicrobianos devido às suas propriedades físicas e químicas únicas. A grande vantagem das nanopartículas é a capacidade de serem seletivas às bactérias sem afetar as células humanas”, explica o pesquisador Mateus Borba Cardoso, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do nanoantibiótico no CNPEM, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

O estudo, cujos resultados foram publicados na revista Scientific Reports, revela como a tecnologia pode ajudar a enfrentar formas resistentes da Escherichia coli, comumente encontrada em hospitais. Em grandes quantidades no organismo, esta superbactéria pode causar infecção intestinal e urinária.

“Usamos o antibiótico como uma espécie de isca e, assim, conseguimos levar a nanopartícula até a bactéria com uma grande quantidade do fármaco. A ação combinada da droga com os íons de prata foi capaz de matar até mesmo microrganismos resistentes”, afirma Borba.

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores criaram um método que combina minúsculas partículas de prata, recobertas com sílica e com moléculas de antibiótico, para tentar vencer a crescente resistência das bactérias aos medicamentos convencionais. “Há medicamentos comerciais que contêm nanopartículas que, de modo geral, servem para recobrir o princípio ativo e aumentar o tempo de vida dentro do organismo. Nossa estratégia é diferente. Decoramos a superfície da nanopartícula com determinados grupos químicos que servem para direcioná-la até o local onde deve agir, de modo seletivo.”

As soluções adotadas pelos pesquisadores do CNPEM para produzir essa nanopartícula com função antibiótica e com baixa toxidade podem ser estratégicas para o desenvolvimento de novas terapias, não só contra bactérias, mas também contra vírus e tumores. “Por meio de modelagem molecular, conseguimos determinar qual parte da molécula de ampicilina interage melhor com a membrana bacteriana. Deixamos então todas as moléculas do fármaco com essa parte-chave voltada para o lado externo da nanopartícula, aumentando as possibilidades de interação com o patógeno”, diz o pesquisador.

O estudo recebeu financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

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